quarta-feira, 23 de novembro de 2016

uno



                                                     Barcelona, ESPANHA. 




Está vendo aquele imprestável fedorento e barbudo jogado no divã? O cara vestindo uma regata branca imunda e bermuda de moletom rasgada? 
Aquele sou, Neymar Junior. 
Não é minha rotina ser desse jeito. Estou falando sério, aquele não sou eu de verdade. 
No cotidiano sou elegante, sempre aparo a barba, dou um tapa no cabelo, minhas roupas são todas feitas sob medida, uso bonés que custam mais que sua casa. 
Minha casa? Sim, esse lugar em que estou agora. O cortinado está fechado e os móveis refletem a luz da TV. O chão e a bancada estão cheios de caixas de pizza, potes de sorvete e garrafas de Heineken e RedBull vazias. 
Então, como disse, o que você está vendo agora não é o meu verdadeiro eu. Estou gripado. 
Influenza.
Pelo menos é o que eu acho que tenho. É por isso que estou trancafiado em casa nas ultimas 48 horas. É por isso que desliguei meu celular, que me levantei do sofá apenas para usar o banheiro ou receber a comida que pedi. 
Agora alguém está batendo na minha porta. Porteiro filho da puta. Que caralho ele está fazendo aqui? Ele vai se arrepender disso quando receber minha gorjeta de fim de ano, pode apostar. 
Eu ignoro as batidas, apesar de soarem de novo.
E de novo.
E de novo. 
Junior! Junior, eu sei que você está aí! Abra a porra dessa porta agora! 
Ah não. 
É a vaca, conhecida também como minha irmã, Rafaella. 
Eu uso a palavra vaca do jeito mais carinhoso possível, eu juro. Mas é o que ela é: chata, teimosa, insistente. Vou matar meu porteiro! 
Rafaella: Se você não abrir essa porta, Junior, vou chamar a polícia para arrombar, juro por Deus!
Então agarro o travesseiro que está no meu colo desde o começo da gripe. Encosto meu rosto nele e respiro fundo. Tem cheiro de laranja mesclada com tabaco. 
Rafaella: Junior! Você está me ouvindo? 
Coloco o travesseiro sobre minha cabeça, não porque tem o cheiro... dela... mas para diminuir o barulho que continua na minha porta. 
Rafaella: Estou pegando meu celular! Estou discando! –a voz dela fica mais irritante e eu sei que ela não está brincando. 
Inspiro profundamente e sou obrigado a me levantar do sofá. Abro a porta e me preparo para a ira da Vaca. Ela está com seu mais novo iPhone encostado na orelha, mostrando as unhas ridiculamente falsas. Atrás dela, parecendo devidamente arrependido está meu melhor amigo, Gilmar. 
Rafaella: Meu Deus, o que aconteceu com você? 
Eu disse, esse não é meu verdadeiro eu. Não respondo pois não tenho energia suficiente, só deixo a porta aberta e me jogo de volta ao sofá. 
Rafaella: Pelo amor de Deus, Gil, por que você não me ligou antes? Como deixou isso acontecer? 
Gil: Eu vim todos os dias, mas ele não queria abrir a porta pra mim. –viu? Ele também está com medo da Vaca. 
Sinto o sofá afundar conforme ela senta ao meu lado. 
Rafaella: Juninho? –sua voz tem um tom de preocupação tão doloroso que lembra minha mãe. 
Neymar: Eu tô bem Rafaella, eu tô bem. Apenas gripado. 
Escuto o barulho de alguém abrindo uma caixa de pizza e resmungo conforme o cheiro de queijo estragado com linguiça saía da embalagem. 
Rafaella: Isso tá longe de ser dieta de alguém que está com gripe, irmãozinho. 
Também escuto garrafas de cerveja e outros lixos sendo arrastados, e sei que ela está começando a arrumar a bagunça. 
Rafaella: Junior? –ela sacode meu ombro gentilmente. Eu desisto, me endireito e sento no sofá, esfregando meus olhos para acordar. –Fale comigo. O que está acontecendo? O que aconteceu? 
Neymar: Finalmente aconteceu. 
Rafaella: O que aconteceu? 
Neymar: O que você tem desejado pra mim durante todos esses anos. –eu sussurro– Me apaixonei. 
Levanto os olhos para observar seu sorriso se abrir. É o que ela sempre quis pra mim. Ela nunca concordou com o jeito que levo minha vida, e não aguenta mais esperar que eu sossegue. Mas disse pra ela que isso nunca aconteceria, não era o que eu queria. Por que trazer um livro pra biblioteca? Por que trazer areia à praia? Por que comprar a vaca, se você consegue o leite de graça? Está conseguindo entender meu raciocínio? 
Quando vejo que ela está começando a sorrir, digo, em uma vozinha que nem eu reconheço. 
Neymar: Ela não me quer, Rafa. 


Notas da autora: 
FAAAAAAAAAAALA GALEROCA!!!! 
Aqui quem vos escreve é a titia Brisa (na verdade acabei de criar esse pseudo-apelido porquê não quero revelar minha identidade secreta, RRRRRÁ!) 
Então, o que acharam do primeiro capítulo? Optei por ser mais original, como puderam ver, essa estória começou um pouco desconexa, não rolou apresentação de personagens coadjuvantes e o ponto de vista foi do Neymar. 
Acharam confuso? Eu diria alternativo. 
Essa é minha primeira estória criada na plataforma Blogger, pra ser bem realista esta é a minha primeira FANFIC!!!!!!!!! Cara, estou bem nervosa em relação a isso, mas acho que ficou bom e espero do fundo dê mí corazón que vocês tenham curtido também. 
Ficaram curiosas para saber o que vai acontecer daqui pra frente? 
Já tenho o próximo capítulo pronto mas antes de posta-lo gostaria saber o que vocês acharam deste, então comentem, palpitem e perguntem!

AH, E EU PROMETO QUE O PRÓXIMO SERÁ GIGANTE! 



Hasta la vista, babys!